Mestrado Integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente
Licenciatura em Meteorologia, Oceanografia e Geofísica
Licenciatura em Engenharia Geoespacial
DEGGE-FCUL
Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Neste trabalho, queremos estimar parâmetros que não conseguimos medir/observar directamente (por exemplo, a localização de uma pepita de ouro, de uma gruta subterrânea ou de um planeta). Para tal, vamos recorrer a observações (por exemplo, medições da gravidade), que se relacionam com os parâmetros que queremos estimar.
De forma a conseguirmos estimar os parâmetros temos de: 1) saber como é que os parâmetros a estimar se relacionam com as observações; 2) amostrar combinações diferentes dos parâmetros possíveis, e encontrar a combinação de parâmetros que gera as previsões mais semelhantes com os dados observados.
Para resolver este problema de estimativa de parâmetros, vamos utilizar duas técnicas de optimização apresentadas na aula teórica: downslope Monte Carlo e uma variante do Simulated Annealing. O problema a resolver é a optimização do ajuste entre as previsões geradas com base num conjunto de parâmetros e os dados observados, ou, equivalentemente, a minimização da diferença (ou erro) entre previsões e observações.
Serão considerados 4 problemas, cada um com duas variantes, correspondendo a dados e métodos de optimização diferentes. As técnicas propostas foram descrita nas aulas (ver slides das aulas):
Em cada trabalho pretendemos:
Os 100 dados apresentados correspondem à posição (x,z) e ao valor da componente vertical da anomalia da gravidade ($\Delta g_z$) num perfil gravimétrico numa região homogénea e plana onde a massa volúmica da crosta vale $2.6 \times 10^{3} \,kg \, m^{-3}$. Nessa região encontra‐se, sob a superfície, uma pepita de ouro (massa volúmica $19 \times 10^{3} \,kg \, m^{-3}$ ) esférica. Pretende‐se localizar a pepita (X,Z) e estimar o seu volume.
A anomalia gravítica vertical ($\Delta g_z$) observada depende da anomalia de massa ($\Delta m$), da profundidade a que a massa anómala se encontra ($z$) e da distância entre a massa anómala e o ponto de observação ($r$):
$$ \Delta g_z = G \Delta m \frac{z}{r^3} $$, onde $G$ é a constante universital de gravitação.
A massa da pepita de ouro é inferior a 2000 kg, e a pepita encontra-se a menos de 500 m de profundidade.
Qual a massa de ouro enterrada? Se o material enterrado fosse chumbo ($11.3 \times 10^{3} \,kg \, m^{-3}$), qual seria a massa total enterrada?
Problema idêntico ao do grupo 1.
Idêntico ao problema do grupo 1, mas a anomalia de gravidade é devida a uma caverna. Pretende‐se localizar a caverna (X,Z) e estimar o seu volume. A caverna tem menos de $10^6 \,m^3$ e encontra‐ se a uma profundidade inferior $500 \, m$.
Repetir a experiência admitindo que a caverna está cheia de água.
Problema idêntico ao do grupo 3.
Os dados disponibilizados indicam a posição (x,y) de uma sonda e o valor da aceleração da gravidade medida ($g$). A aceleração da gravidade sentida pela sonda relaciona-se com a massa do planeta ($M$) da seguinte forma:
$$ g = \frac{G M}{d^2} $$, onde $G$ é a constante universital de gravitação e $d$ é a distância entre o planeta e a sonda.
Localize o planeta e estime a sua massa. O planeta encontra‐se no interior da órbita da sonda. A massa do planeta varia entre $0.5 \times 10^{24} \, kg $ e $10^{25} \, kg$
Repita o problema com o primeiro terço das observações e discuta o resultado.
Problema idêntico ao do grupo 5.
Os dados disponibilizados indicam a localização (x,y,z, em metros) e o tempo de percurso do som (segundos) desde a baleia até cada estação de observação. Localize a baleia (X, Y, Z). Utilize a velocidade de propagação do som na água ($1500 \, m/s$).
Repita o problema, mas só com as 3 primeiras observações, realizando 10 tentativas. Represente graficamente a solução em 3D. Discuta o resultado.
Problema idêntico ao do grupo 7.