Leibniz-Clarke, Parte III

21 Novembro 2016, 08:00 Ricardo Lopes Coelho

2. Problemas
Aqui são tratados os tópicos que eram cruciais, que as teorias tinham de responder satisfatoriamente. Eram cruciais por oposição aos que envolviam, por exemplo, as propriedade de Deus. Os oponentes estão de acordo relativamente à omnipotência e omnisciência de Deus, mas cada um interpreta-as diferentemente, pelo que o assunto não decide a polémica.
Os tópicos decisivos são o cinemático, como se referencia o movimento dos corpos, e o dinâmico, a explicação causal do movimento. Em relação a ambos mostrou-se a rede de conexões. Por exemplo, defendendo a conservação da força, Leibniz não pode admitir átomos, porque caso contrário o choque de átomos poderia invalidar a lei de conservação. Também não pode admitir átomos, por causa do espaço: os espaço inter-atómicos poderiam ser vazios, o que implicaria admitir o espaço absoluto. 

3. Sistemas
Começou-se com as regras de filosofar dos Principia: a 3ª e a 4ª são úteis para justificar as interpretações de Clarke sobre fenómenos, como a gravitação. Elas também justificam a argumentação por 'condição necessária' praticada por Clarke em vários outros assunto, como a percepção. Neste contexto de carácter indutivo, torna-se claro o papel de Deus: Ele serve para justificar o que resulta da indução. Ele pode justificar porque é omnipotente, a característica mais usada por Clarke.
Em Leibniz, temos um sistema dedutivo: a base é o princípio de razão suficiente, dele se segue o da identidade dos indiscerníveis e ainda dele, o princípio do melhor. O princípio vai caracterizar também o procedimento de Leibniz, que argumenta por 'condição suficiente'. Foram dados exemplos deste tipo de argumentação, assim como do modus tollendo tollens, que é usado ao longo da controvérsia.

4 Estruturas conceptualizantes
Temos duas opções filosóficas: Leibniz atribui valor científico aos princípios; Clarke atribui verdade ao que vem da experiência. Mostrou-se agora sinteticamente como aqui residem o que fizeram.