Leibniz-Clarke, Parte III
23 Novembro 2016, 10:30 • Ricardo Lopes Coelho
2. Problemas
Aqui são tratados os tópicos que eram cruciais, que as
teorias tinham de responder satisfatoriamente. Eram cruciais por
oposição aos que envolviam, por exemplo, as propriedade de Deus. Os
oponentes estão de acordo relativamente à omnipotência e omnisciência de
Deus, mas cada um interpreta-as diferentemente, pelo que o assunto não
decide a polémica.
Os tópicos decisivos são o cinemático, como se
referencia o movimento dos corpos, e o dinâmico, a explicação causal do
movimento. Em relação a ambos mostrou-se a rede de conexões. Por
exemplo, defendendo a conservação da força, Leibniz não pode admitir
átomos, porque caso contrário o choque de átomos poderia invalidar a lei
de conservação. Também não pode admitir átomos, por causa do espaço: os
espaço inter-atómicos poderiam ser vazios, o que implicaria admitir o
espaço absoluto.
3. Sistemas
Começou-se com as regras de filosofar dos Principia:
a 3ª e a 4ª são úteis para justificar as interpretações de Clarke sobre
fenómenos, como a gravitação. Elas também justificam a argumentação por
'condição necessária' praticada por Clarke em vários outros assunto,
como a percepção. Neste contexto de carácter indutivo, torna-se claro o
papel de Deus: Ele serve para justificar o que resulta da indução. Ele
pode justificar porque é omnipotente, a característica mais usada por
Clarke.
Em Leibniz, temos um sistema dedutivo: a base é o princípio
de razão suficiente, dele se segue o da identidade dos indiscerníveis e
ainda dele, o princípio do melhor. O princípio vai caracterizar também o
procedimento de Leibniz, que argumenta por 'condição suficiente'. Foram
dados exemplos deste tipo de argumentação, assim como do modus tollendo
tollens, que é usado ao longo da controvérsia.
4 Estruturas conceptualizantes
Temos
duas opções filosóficas: Leibniz atribui valor científico aos
princípios; Clarke atribui verdade ao que vem da experiência. Mostrou-se
agora sinteticamente como aqui residem o que fizeram.