Sumários

Síntese: o que fazer para replicar uma experiência?

27 Maio 2019, 14:30 Ricardo Lopes Coelho

Esta sessão retoma o início do curso, mas a outro nível. 

Aqui são apresentados os itens a ter em conta na replicação duma experiências, mas estes são ilustrados com os casos trabalhados.
A replicação só pode ter por base um original (exigência para qualquer trabalho histórico). A replicação faz-se com materiais, mas os materiais a usar exigem o estudo dos materiais na época (um fio para circuito eléctrico do séc. XIX não é o hodierno). A medição exige o estudo dos respectivos instrumentos no tempo (materiais e calibrarão, eventualmente também fornecedores).
O estudo do algoritmo usado permite-nos perceber que grandezas poderiam estar em questão: seguindo um ou outro algoritmo é-se levado a 'olhar' para uma ou outra grandeza.
O estudo da teoria do autor necessita do estudo da teoria da época, também para se compreender os significado dos próprios termos. 
Importa, como vimos, ligar a teoria do autor, assim como a da época, ao que ela refere do ponto de vista experimental.
Alguns destes passos podem parecer exagerados. Porém, quem replica deve poder aspirar a preencher possíveis lacunas dos originais. 


Análises das reflexões

20 Maio 2019, 14:30 Ricardo Lopes Coelho

Ao longo do semestre foram sendo colocadas questões. A análise das reflexões foi realizada em função do seguinte:

1. em função das razões que levaram à resposta por parte do estudante, o que em geral supõe o conhecimento hodierno veiculado pelos manuais;
2. em função do dado experimental que estava subjacente aos termos que foram usados no passado, que são aqueles com os quais todos nós primeiramente contactamos. Primeiramente, lemos por exemplo que o calor é uma substância, o que se segue deste axioma, etc.; num segundo passo, temos de procurar, qual a razão experimental que levou a caracterizar o calor dessa maneira. 
Este tipo de análise foi realizado para todos tópicos, com as devidas adaptações. Todos os trabalhos dos estudantes foram considerados.


A experiência de Poggendorff

13 Maio 2019, 14:30 Ricardo Lopes Coelho

Em 1853, Poggendorff deu a conhecer uma experiência com a máquina de Atwood. Panorâmica da história da experiência. As medições são retomadas no séc. XX. O resultado de Poggendorff é corroborado. No séc. XXI, são realizadas medições com sensores de força. O resultado é corroborado novamente. Este resultado é difícil de interpretar a partir do algoritmo usual para a máquina. Discutiu-se a razão.  

Retomando a analogia com a barra de Arquimedes da sessão anterior, a experiência de Poggendorff leva à máquina de Atwood composta (com três corpos). Dando um passo mais, utilizou-se a mesma estratégia para tratar a máquina de Atwood com 4 corpos. 
O princípio de Gauss, usado para a máquina simples, pode ser para as máquinas compostas, iterando o processo usado na simples. 
Questão de reflexão: se usássemos o princípio de Gauss ou a analogia com a barra de Arquimedes, que items iríamos testar no caso da máquina composta.


A máquina de Atwood

6 Maio 2019, 14:30 Ricardo Lopes Coelho

A máquina apresentada por Atwood no Tratado, de 1784. As experiências que ele fez, os resultados que obteve e a sistematização destes. 

Como historiadores e filósofos têm interpretado os resultados de Atwood. Como autores dos finais do séc. XVIII e início do seguinte recolhem elementos das experiências com a máquina. Como os manuais foram transformando a máquina de Atwood no problema duma roldana com dois corpos. 
Como resolver este problema segundo o princípio de Gauss (dissertação de doutoramento em Goettingen, finais do séc. XIX). Como resolver o problema por analogia com a barra de Arquimedes. Comparação com as estratégias mais comuns nos manuais hodiernos. 
Questão de reflexão: o que as estratégias de resolução nos levam a medir na máquina de Atwood hodierna.  


Movimento: plano inclinado e pêndulo

29 Abril 2019, 14:30 Ricardo Lopes Coelho

Os textos de Galileu sobre a queda dos graves e algumas reconstruções (museológicas e outras).

Experiências do plano inclinado nos manuais do séc. XVIII: o que eles recolhiam da observação e como o expressavam na formulação matemática.
Comparação com os problemas do plano em manuais contemporâneos. Análise das diferenças em função da experiência e da equação fundamental da dinâmica. 
Algumas experiências com o pêndulo nos Principia de Newton. O pêndulo nos manuais do séc. XVIII: os itens que eles observam e como o fizeram. A expressão matemática não coincide com a que decorre de F=ma. Porém, os resultados não diferem. 
Resposta às questões: 
- porque não usam F=ma os autores do séc. XVIII, uma vez que eles seguem as leis de Newton?
- existiram ainda outros algoritmos para resolver estes problemas?
Questão de reflexão: em que medida os algoritmos influenciam a nossa interpretação das experiências.