Sumários

Conectando o sistema visual - II

29 Março 2023, 17:00 Alisson Marques de Miranda Cabral Gontijo

Conectando o sistema visual - II

Papel da experiência e da atividade neuronal nas conexões neuronais
Colunas de dominância no córtex visual V1 de gatos
Período crítico - Experimentos de Hubel & Wiesel
Deprivação monocular durante o desenvolvimento afeta a dominância ocular
Hipótese da competição
Oclusão binocular e a importância de controlos
Estabelecimento de colunas de dominância ocular em sapos que desenvolvem-se com um “terceiro olho”
Colunas de dominância formam-se gradualmente durante o desenvolvimento
Atividade neuronal espontânea é crítica para a formação de colunas de dominância
Ondas retinais - atividade espontânea
Ondas retinais colinérgicas são críticas para a segregação axonal nos núcleos talâmicos
Sincronia das ondas retinais são críticas para a segregação axonal nos núcleos talâmicos
Lei de Hebb – atividade correlacionada fortalece a sinapse
Recetor glutamatérgico NMDA é uma molécula “Hebbiana”: um detetor de coincidências
Outro exemplo da interconexão dependente da atividade: sistema somatossensorial de ratinho:
A interconexão dependente da atividade do sistema whisker-barrel de ratinhos depende do recetor NMDA
Formação dos barris corticais no córtex somatossensorial de ratinho
A formação dos barris no córtex somatossensorial de ratinhos depende da atividade neuronal e do recetor NMDA





Interligação do sistema visual - I

27 Março 2023, 16:30 Alisson Marques de Miranda Cabral Gontijo

Interligação do sistema visual - I

Conteúdo:
Desenvolvimento do sistema visual

Revisão do sistema ON/OFF (campos recetivos centro/periféricos)
Revisão das transformações no córtex visual
Imagens posteriores (afterimages)
O caminho de um axónio de uma célula ganglionar da retina até o córtex visual
Mapa retinotópico
Representação topográfica da retina no córtex pirmário visual
Mecanismos de conexão neuronal - pré-deterinados x seleção pós-conexão
Experimentos de Roger Sperry - salamandras e pré-deterimanção das células ganglionares da retina
Identificação de um sinal repulsor de axónios da retina temporal no tectum posterior
Identificação dos gradientes de efrina como o sinal repulsor de axónios da retina temporal no tectum posterior
Conceitos de competição
Células ganglionares com mais recetor de efrina ocupam espaço e “empurram” células com menos recetor para regiões mais posteriores
Sinalização direta e reversa na retinotopia do colículo superior /tectum
Biologia molecular do direcionamento axonal
Identificação do sistema Netrina/Unc6
Quiasma ótico
Mecanismo molecular do direcionamento axonal das células ganglionares da retina no quiasma ótico
Cones de crescimento e conexão entre vias das pequenas RhoGTPases e moléculas do direcionamento axonal




 


Sistema sensorial: comportamento de evasão à luz (I)

27 Março 2023, 10:00 Alisson Marques de Miranda Cabral Gontijo

Sistema sensorial: comportamento de evasão à luz (I) 


Os experimentos desta aula abordaram o sistema de visão da larva de Drosophila, o comportamento inato larval de evasão à luz, circuitos neuronais, a neuromodulação por neuropeptídeos, e diferentes técnicas neurogenéticas para manipulação da atividade neuronal. 


Larvas de Drosophila vivem na comida e apresentam um comportamento de aversão à luz ambiente, durante o estádio larval. Como é que a larva sente a luz ambiente e que tipo de processamento neuronal ocorre para que a larva transforme essa deteção num comportamento locomotor, que resulta na preferência pela escuridão? Para demonstrar algumas propriedades desse sistema visual e comportamental, estudamos os componentes da via sensorial periférica e central larval que participa da fototransdução.


A luz é percebida por, pelo menos, quatro vias na larva da Drosophila: 1) por células fotorrecetoras do órgão de Bowlig (o “olho” primitivo da larva da Drosophila, que se encontra na parte anterior da larva acoplado ao esqueleto céfalo-faríngeo), 2-3) por duas vias independentes de neurónios multidendríticos da cutícula (neurónios Classe IV e neurónios traqueais v’td2), e, finalmente, 4) por neurónios “pacemakers” no sistema nervoso central que modulam o ciclo circadiano. Nesta aula estudamos as três primeiras vias (1-3). 


Nesta aula alteramos algumas destas populações neuronais utilizando diferentes ferramentas da neurogenética, como transgenes e mutações. Utilizamos o sistema GAL4-UAS para expressar diferentes transgenes para causar a morte ou o silenciamento de diferentes populações neuronais.

Nomeadamente estudamos duas populações neuronais que representam duas das vias sensíveis à luz ambiente: as células fotorrecetoras no órgão de Bowlig, marcadas pelo driver strong Glass-multimer reporter-GAL4 (sGMR-GAL4 ou GMR-GAL4) e as células multidendríticas multissensoriais da cutícula (Classe IV) marcadas pelo driver pickpocket-GAL4 (ppk-GAL4).


Para induzir a morte das células neuronais alvo, utilizamos o gene pró-apóptico da Drosophila, reaper (rpr), que promove apoptose (morte celular programada dependente da ativação de Caspases) em Drosophila.


Para o silenciamento neuronal, utilizamos duas vias: a hiperpolarização e o bloqueio da exocitose, através da expressão do canal de potássio do retificador interno (Kir2.1)) e da cadeia leve da toxina tetânica (TxT), respectivamente. O Kir2.1 aumenta a condutância da membrana a iões de potássio, reduzindo a concentração de potássio intracelular, levando a uma hiperpolarização da célula. Isso contrapõe a transmissão de potenciais excitatórios ou de ação. A TxT cliva a sinaptobrevina, uma proteína do complexo SNARE, que é necessário por exemplo para a fusão da vesícula sináptica com a membrana plasmática durante a exocitose para a libertação de neurotransmissores. Assim, ocorre o bloqueio da transmissão sináptica.


Nesta aula também observamos como um neuropeptídeo, a proteína Insulin-like peptide 7 (Ilp7), que modula a via da fototransdução das células da cutícula (maioritariamente em resposta aos neurónios v’td2) ao nível do sistema nervoso central pode ser crucial para o comportamento inato do animal em resposta à luz. O neuropeptídeo Ilp7 é uma relaxina da superfamília dos peptídeos similares à insulina. A relaxina é uma família conservada de peptídeos que ativa recetores acoplados a proteína G (GPCRs). O Ilp7 ativa o recetor Lgr4. A Ilp7 é expressa em interneurónios da corda ventral neural (VNC) larval e sua atividade modulatória é necessária especialmente em neurónios dorsais chamados “Dp7” para o comportamento de aversão à luz. Os neurónios Dp7 recebem informação direta dos neurónios v’td2 da cutícula, ambos os quais se despolarizam em resposta à luz. O Ilp7 libertado dos neurónios Dp7 modula a atividade de neurónios abdominais (positivos para os seu recetor Lgr4+ e marcado pela proteína Lk (ABLK, abdominal Leukokinin neurons)) que são críticos para o comportamento locomotor de aversão à luz. Nesta aula observamos o que ocorre quando um animal não possui o gene que codifica para a proteína Ilp7 (ilp7[1] é um knock-out (KO) para o gene ilp7 e está no background gentético w[1118]).

   

Os grupos utilizaram arenas de opção (luz ambiente (200-2000 lux) vs. escuridão) para analisar a preferência das larvas dos seguintes genótipos:

w[1118]

w[1118]; ilp7[1]

GMR>rpr (sGMR-GAL4, UAS-rpr)

GMR>Kir2.1 (sGMR-GAL4, UAS-Kir2.1)

ppk>Kir2.1 (ppk-GAL4,  UAS-Kir2.1)

ppk>txt (ppk-GAL4,  UAS-TxT)


Os animais foram condicionados no escuro 5 min antes do ensaio. Após 10 min, os alunos quantificaram quantos animais estavam em cada parte da arena e preencheram uma tabela para análise na próxima aula. Foi feita a redação do relatório e entrega do relatório. Esta aula contou com a colaboração da Dra. Fabiana Herédia na realização da prática.


Sistema sensorial: comportamento de evasão à luz (I)

27 Março 2023, 08:00 Alisson Marques de Miranda Cabral Gontijo

Sistema sensorial: comportamento de evasão à luz (I) 


Os experimentos desta aula abordaram o sistema de visão da larva de Drosophila, o comportamento inato larval de evasão à luz, circuitos neuronais, a neuromodulação por neuropeptídeos, e diferentes técnicas neurogenéticas para manipulação da atividade neuronal. 


Larvas de Drosophila vivem na comida e apresentam um comportamento de aversão à luz ambiente, durante o estádio larval. Como é que a larva sente a luz ambiente e que tipo de processamento neuronal ocorre para que a larva transforme essa deteção num comportamento locomotor, que resulta na preferência pela escuridão? Para demonstrar algumas propriedades desse sistema visual e comportamental, estudamos os componentes da via sensorial periférica e central larval que participa da fototransdução.


A luz é percebida por, pelo menos, quatro vias na larva da Drosophila: 1) por células fotorrecetoras do órgão de Bowlig (o “olho” primitivo da larva da Drosophila, que se encontra na parte anterior da larva acoplado ao esqueleto céfalo-faríngeo), 2-3) por duas vias independentes de neurónios multidendríticos da cutícula (neurónios Classe IV e neurónios traqueais v’td2), e, finalmente, 4) por neurónios “pacemakers” no sistema nervoso central que modulam o ciclo circadiano. Nesta aula estudamos as três primeiras vias (1-3). 


Nesta aula alteramos algumas destas populações neuronais utilizando diferentes ferramentas da neurogenética, como transgenes e mutações. Utilizamos o sistema GAL4-UAS para expressar diferentes transgenes para causar a morte ou o silenciamento de diferentes populações neuronais.

Nomeadamente estudamos duas populações neuronais que representam duas das vias sensíveis à luz ambiente: as células fotorrecetoras no órgão de Bowlig, marcadas pelo driver strong Glass-multimer reporter-GAL4 (sGMR-GAL4 ou GMR-GAL4) e as células multidendríticas multissensoriais da cutícula (Classe IV) marcadas pelo driver pickpocket-GAL4 (ppk-GAL4).


Para induzir a morte das células neuronais alvo, utilizamos o gene pró-apóptico da Drosophila, reaper (rpr), que promove apoptose (morte celular programada dependente da ativação de Caspases) em Drosophila.


Para o silenciamento neuronal, utilizamos duas vias: a hiperpolarização e o bloqueio da exocitose, através da expressão do canal de potássio do retificador interno (Kir2.1)) e da cadeia leve da toxina tetânica (TxT), respectivamente. O Kir2.1 aumenta a condutância da membrana a iões de potássio, reduzindo a concentração de potássio intracelular, levando a uma hiperpolarização da célula. Isso contrapõe a transmissão de potenciais excitatórios ou de ação. A TxT cliva a sinaptobrevina, uma proteína do complexo SNARE, que é necessário por exemplo para a fusão da vesícula sináptica com a membrana plasmática durante a exocitose para a libertação de neurotransmissores. Assim, ocorre o bloqueio da transmissão sináptica.


Nesta aula também observamos como um neuropeptídeo, a proteína Insulin-like peptide 7 (Ilp7), que modula a via da fototransdução das células da cutícula (maioritariamente em resposta aos neurónios v’td2) ao nível do sistema nervoso central pode ser crucial para o comportamento inato do animal em resposta à luz. O neuropeptídeo Ilp7 é uma relaxina da superfamília dos peptídeos similares à insulina. A relaxina é uma família conservada de peptídeos que ativa recetores acoplados a proteína G (GPCRs). O Ilp7 ativa o recetor Lgr4. A Ilp7 é expressa em interneurónios da corda ventral neural (VNC) larval e sua atividade modulatória é necessária especialmente em neurónios dorsais chamados “Dp7” para o comportamento de aversão à luz. Os neurónios Dp7 recebem informação direta dos neurónios v’td2 da cutícula, ambos os quais se despolarizam em resposta à luz. O Ilp7 libertado dos neurónios Dp7 modula a atividade de neurónios abdominais (positivos para os seu recetor Lgr4+ e marcado pela proteína Lk (ABLK, abdominal Leukokinin neurons)) que são críticos para o comportamento locomotor de aversão à luz. Nesta aula observamos o que ocorre quando um animal não possui o gene que codifica para a proteína Ilp7 (ilp7[1] é um knock-out (KO) para o gene ilp7 e está no background gentético w[1118]).

   

Os grupos utilizaram arenas de opção (luz ambiente (200-2000 lux) vs. escuridão) para analisar a preferência das larvas dos seguintes genótipos:

w[1118]

w[1118]; ilp7[1]

GMR>rpr (sGMR-GAL4, UAS-rpr)

GMR>Kir2.1 (sGMR-GAL4, UAS-Kir2.1)

ppk>Kir2.1 (ppk-GAL4,  UAS-Kir2.1)

ppk>txt (ppk-GAL4,  UAS-TxT)


Os animais foram condicionados no escuro 5 min antes do ensaio. Após 10 min, os alunos quantificaram quantos animais estavam em cada parte da arena e preencheram uma tabela para análise na próxima aula. Foi feita a redação do relatório e entrega do relatório. Esta aula contou com a colaboração da Dra. Fabiana Herédia na realização da prática.


Visão III

22 Março 2023, 17:00 Alisson Marques de Miranda Cabral Gontijo

Visão III

Conteúdo:
- Revisão vias ON/OFF e contextualização evolutiva
- Vias visuais do olho para o cérebro
- Hemiretinas nasais x temporais
- Vias ispilaterais e contralaterais do nervo óptico
- Alvos e do nervo óptico e suas funções:
- Núcleo supraquiasmático do hipotálamo: Ciclo circadiano
- Pretectum (zona pretectal) do mesencéfalo: Reflexo pupilar
- Colículo superior (superfície dorsal do mesencéfalo): Movimentos direcionados do olho e da cabeça
- Núcleo / Corpo geniculado lateral no tálamo (parte dorsal): função relé/relay/centro de transmissão para o Córtex visual primário (V1)
- Córtex primário V1: córtex estriado (estria de Gennari); área de Brodman 17
- Retinotopia
- Núcleo geniculado lateral e vias parvo e magnocelulares
- Representação topográfica da retina no córtex visual
- Campos recetivos do núcleo geniculado
- Seletividade à direção no campo recetivo do córtex V1
- Experimentos de Hubel e Wiesel
- Células simples e complexas e seus campos recetivos
- Arquitetura funcional das áreas retinotópicas no córtex
- Camadas do córtex, colunas de orientação e colunas de dominância ocular
- Diferenças entre primatas e outros vertebrados na organização do córtex visual
- Vias preferenciais da fototransdução no córtex visual V1 (vias feedforward e feedback)
- Similaridades entre a organização geral do fluxo informacional no córtex visual e somatosensorial (conceitos gerais)
- Processamento paralelo da informação visual pelas vias dorsais e ventrais 
- Função e propriedades das vias dorsais e ventrais, e suas associações com as vias parvo e magno-celulares
- Campo ocular frontal, atenção visual e integração das vias visuais dorsais e ventrais 
- Deteção visual de objetos e faces