Sumários

Desenho Experimental e Ferramentas Moleculares – Plasmídeos de Expressão e Mutagénese Dirigida

6 Março 2025, 14:00 Federico Herrera Garcia

Nesta aula, abordámos os conceitos e práticas essenciais para o desenho de ferramentas moleculares que permitem a expressão, visualização e manipulação funcional de proteínas em células de mamíferos, focando especificamente na construção de plasmídeos de proteínas de fusão, e na mutagénese dirigida para estudar modificações pós-traducionais.

1. Objetivos gerais e produtos finais pretendidos

  • Produzir plasmídeos para expressão em células de mamíferos, onde proteínas de interesse são fusionadas com proteínas fluorescentes (como mCherry ou Venus), permitindo a sua visualização em células vivas.

  • Gerar mutantes específicos de proteínas (exemplo: STAT3) por mutagénese dirigida para analisar o efeito de modificações pós-traducionais, como fosforilações e acetilações, no comportamento e na interação da proteína.

2. Conceitos básicos do plasmídeo de expressão

  • Foi explorado o mapa e componentes do plasmídeo pcDNA3.1(-), um vetor clássico de expressão em mamíferos, destacando:

    • O promotor CMV, que assegura transcrição constitutiva e elevada em diversas linhas celulares.

    • O local de clonagem múltipla (MCS), onde se inserem as sequências codificadoras, delimitado por locais únicos para enzimas de restrição, essenciais para estratégias de clonagem.

    • Genes de resistência à ampicilina (para seleção em E. coli) e à higromicina (para seleção em células de mamíferos).

    • Origem de replicação bacteriana, necessária para amplificar plasmídeos em E. coli antes da transfecção.

3. Estratégia para criação de proteínas de fusão

  • A proteína de interesse (por exemplo, Brawnin) é ligada ao gene da proteína fluorescente (por exemplo, mCherry), garantindo a expressão simultânea de uma proteína quimérica com funções de interesse (localização, interação) e visualização.

  • O codão STOP só deve estar presente no final da proteína quimérica para evitar a terminação prematura da tradução.

  • É imprescindível manter a grelha de leitura correta, o que implica cuidado extremo ao inserir as sequências e ai controlar os tripletes durante a clonagem (múltiplos de 3 nucleótidos).

4. Clonagem por enzimas de restrição

  • Explicámos o uso das enzimas de restrição para digestão tanto do plasmídeo vetor como dos fragmentos de PCR contendo as sequências de interesse.

  • Os primers de PCR são desenhados incluindo as sequências reconhecidas pelas enzimas de restrição desejadas (ex.: EcoRI, NotI) nas extremidades, com caudas extras para facilitar a atividade enzimática.

  • Após digestão enzimática, fragmentos com extremidades coesivas complementares asseguram inserção eficiente e específica nos locais desejados do plasmídeo.

5. Identificação e seleção de sequências à inserir

  • Orientámos sobre como identificar as sequências codificadoras de proteínas fluorescentes e proteínas de interesse em bases de dados públicas altamente confiáveis, como UniProt e FPbase.

  • Enfatizámos a importância de usar sequências humanas corrigidas e verificadas previamente para evitar erros no desenho.

6. Mutagénese dirigida para análise funcional

  • Após criar os plasmídeos com a proteína de fusão selvagem, o passo seguinte consiste em gerar mutações específicas em resíduos de modificação pós-traducional (PTMs), como fosforilações em tirosinas e serinas, ou acetilações em lisinas.

  • Utilizamos técnicas de PCR específicas para mutagénese dirigida onde os primers incorporam as mutações desejadas — substituindo o aminoácido alvo por um que mimetize a modificação (ex.: glutamato para fosforilação) ou bloqueie a modificação (ex.: alanina para não fosforilável).

7. Ferramentas online para desenho de primers

  • Foi demonstrado como usar ferramentas como o programa PrimerX para desenhar primers de mutagénese dirigidos com alta precisão, considerando a escolha das mutações e respetiva sequência do plasmídeo.

  • Reforçámos as regras para um bom design de primers: tamanho adequado, conteúdo GC, localização central da mutação e braços longos de complementariedade ao template plasmidial.

8. Procedimentos típicos de mutagénese

  • A mutagénese é realizada por PCR usando o plasmídeo parental como template, os primers mutagénicos e uma polimerase com capacidade de correção de erros (ex.: Pfu turbo).

  • Após a amplificação, a mistura de PCR é tratada com a enzima DpnI para eliminar o template parental metilado, selecionando apenas o DNA mutado.

  • O produto é então transformado em bactérias E. coli para amplificação, seguido de extração e sequenciação para confirmação da mutação.

9. Considerações gerais

  • Destacámos que o trabalho com estas ferramentas moleculares requer rigor, sobretudo no design e verificação das sequências, manutenção da grelha de leitura, e controlo dos pontos de inserção para garantir o sucesso da expressão e funcionalidade dos constructos.

  • A utilização conjunta de clonagem tradicional e ferramentas digitais permite projetar e testar múltiplas variantes em tempo razoável e com custos reduzidos.

  • A abordagem aprendida é essencial para estudar a função biológica das proteínas, impacto das PTMs e interações em contexto celular.


Acquisição de imagens no Microscopio

6 Março 2025, 09:00 Federico Herrera Garcia

Aquisição de imagens no microscópio de fluorescência a 40X, em grupos de 4-5 estudantes.
Nesta sessão, foram novamente explicados os princípios da fluorescência e as características dos corantes utilizados. Cada grupo fotografou os seus próprios grupos experimentais, tendo sido obtidas imagens em número suficiente para quantificar a translocação de STAT3 para o núcleo na presença de LIF.


Microscopia de fluorescência

28 Fevereiro 2025, 14:00 Federico Herrera Garcia

No segmento de microscopia, o objetivo era visualizar a localização de proteínas de interesse (e.g., STAT3 e mutantes) em células HeLa, recorrendo a marcação fluorescente.

  1. Preparação das amostras:
    Mais uma vez, existiam grupos de células não tratadas e tratadas com LIF (100 ng/mL). Após o tratamento, o meio foi decantado e as células foram lavadas duas vezes com PBS.

  2. Fixação:
    Adicionou-se metanol frio (-20°C) às células para fixação, mantendo as placas no congelador durante 10 minutos.

  3. Lavagens e coloração nuclear (opcional):
    Após remover totalmente o metanol, as células foram lavadas com PBS. Se desejado, realizou-se coloração dos núcleos com DAPI, incubando 5 minutos no escuro e lavando novamente com PBS.

  4. Preparação final:
    Após a última lavagem, as amostras estavam prontas para observação no microscópio de fluorescência, sendo organizadas as sessões de aquisição por grupos e horários previamente estipulados.


Microscopia de fluorescência

28 Fevereiro 2025, 09:00 Federico Herrera Garcia

No segmento de microscopia, o objetivo era visualizar a localização de proteínas de interesse (e.g., STAT3 e mutantes) em células HeLa, recorrendo a marcação fluorescente.

  1. Preparação das amostras:
    Mais uma vez, existiam grupos de células não tratadas e tratadas com LIF (100 ng/mL). Após o tratamento, o meio foi decantado e as células foram lavadas duas vezes com PBS.

  2. Fixação:
    Adicionou-se metanol frio (-20°C) às células para fixação, mantendo as placas no congelador durante 10 minutos.

  3. Lavagens e coloração nuclear (opcional):
    Após remover totalmente o metanol, as células foram lavadas com PBS. Se desejado, realizou-se coloração dos núcleos com DAPI, incubando 5 minutos no escuro e lavando novamente com PBS.

  4. Preparação final:
    Após a última lavagem, as amostras estavam prontas para observação no microscópio de fluorescência, sendo organizadas as sessões de aquisição por grupos e horários previamente estipulados.


Desenho Experimental e Ferramentas Moleculares – Plasmídeos de Expressão e Mutagénese Dirigida

27 Fevereiro 2025, 14:00 Federico Herrera Garcia

Nesta aula, abordámos os conceitos e práticas essenciais para o desenho de ferramentas moleculares que permitem a expressão, visualização e manipulação funcional de proteínas em células de mamíferos, focando especificamente na construção de plasmídeos de proteínas de fusão, e na mutagénese dirigida para estudar modificações pós-traducionais.

1. Objetivos gerais e produtos finais pretendidos

  • Produzir plasmídeos para expressão em células de mamíferos, onde proteínas de interesse são fusionadas com proteínas fluorescentes (como mCherry ou Venus), permitindo a sua visualização em células vivas.

  • Gerar mutantes específicos de proteínas (exemplo: STAT3) por mutagénese dirigida para analisar o efeito de modificações pós-traducionais, como fosforilações e acetilações, no comportamento e na interação da proteína.

2. Conceitos básicos do plasmídeo de expressão

  • Foi explorado o mapa e componentes do plasmídeo pcDNA3.1(-), um vetor clássico de expressão em mamíferos, destacando:

    • O promotor CMV, que assegura transcrição constitutiva e elevada em diversas linhas celulares.

    • O local de clonagem múltipla (MCS), onde se inserem as sequências codificadoras, delimitado por locais únicos para enzimas de restrição, essenciais para estratégias de clonagem.

    • Genes de resistência à ampicilina (para seleção em E. coli) e à higromicina (para seleção em células de mamíferos).

    • Origem de replicação bacteriana, necessária para amplificar plasmídeos em E. coli antes da transfecção.

3. Estratégia para criação de proteínas de fusão

  • A proteína de interesse (por exemplo, Brawnin) é ligada ao gene da proteína fluorescente (por exemplo, mCherry), garantindo a expressão simultânea de uma proteína quimérica com funções de interesse (localização, interação) e visualização.

  • O codão STOP só deve estar presente no final da proteína quimérica para evitar a terminação prematura da tradução.

  • É imprescindível manter a grelha de leitura correta, o que implica cuidado extremo ao inserir as sequências e ai controlar os tripletes durante a clonagem (múltiplos de 3 nucleótidos).

4. Clonagem por enzimas de restrição

  • Explicámos o uso das enzimas de restrição para digestão tanto do plasmídeo vetor como dos fragmentos de PCR contendo as sequências de interesse.

  • Os primers de PCR são desenhados incluindo as sequências reconhecidas pelas enzimas de restrição desejadas (ex.: EcoRI, NotI) nas extremidades, com caudas extras para facilitar a atividade enzimática.

  • Após digestão enzimática, fragmentos com extremidades coesivas complementares asseguram inserção eficiente e específica nos locais desejados do plasmídeo.

5. Identificação e seleção de sequências à inserir

  • Orientámos sobre como identificar as sequências codificadoras de proteínas fluorescentes e proteínas de interesse em bases de dados públicas altamente confiáveis, como UniProt e FPbase.

  • Enfatizámos a importância de usar sequências humanas corrigidas e verificadas previamente para evitar erros no desenho.

6. Mutagénese dirigida para análise funcional

  • Após criar os plasmídeos com a proteína de fusão selvagem, o passo seguinte consiste em gerar mutações específicas em resíduos de modificação pós-traducional (PTMs), como fosforilações em tirosinas e serinas, ou acetilações em lisinas.

  • Utilizamos técnicas de PCR específicas para mutagénese dirigida onde os primers incorporam as mutações desejadas — substituindo o aminoácido alvo por um que mimetize a modificação (ex.: glutamato para fosforilação) ou bloqueie a modificação (ex.: alanina para não fosforilável).

7. Ferramentas online para desenho de primers

  • Foi demonstrado como usar ferramentas como o programa PrimerX para desenhar primers de mutagénese dirigidos com alta precisão, considerando a escolha das mutações e respetiva sequência do plasmídeo.

  • Reforçámos as regras para um bom design de primers: tamanho adequado, conteúdo GC, localização central da mutação e braços longos de complementariedade ao template plasmidial.

8. Procedimentos típicos de mutagénese

  • A mutagénese é realizada por PCR usando o plasmídeo parental como template, os primers mutagénicos e uma polimerase com capacidade de correção de erros (ex.: Pfu turbo).

  • Após a amplificação, a mistura de PCR é tratada com a enzima DpnI para eliminar o template parental metilado, selecionando apenas o DNA mutado.

  • O produto é então transformado em bactérias E. coli para amplificação, seguido de extração e sequenciação para confirmação da mutação.

9. Considerações gerais

  • Destacámos que o trabalho com estas ferramentas moleculares requer rigor, sobretudo no design e verificação das sequências, manutenção da grelha de leitura, e controlo dos pontos de inserção para garantir o sucesso da expressão e funcionalidade dos constructos.

  • A utilização conjunta de clonagem tradicional e ferramentas digitais permite projetar e testar múltiplas variantes em tempo razoável e com custos reduzidos.

  • A abordagem aprendida é essencial para estudar a função biológica das proteínas, impacto das PTMs e interações em contexto celular.